Nesta semana, a histĂ³ria de que a Nasa teria descoberto um "universo paralelo" no qual o "tempo corre para trĂ¡s" ganhou os noticiĂ¡rios do Brasil e do mundo. Para quem sonha em viajar pelo espaço-tempo, esta foi uma boa notĂcia: que tal voltar para 2019, quando a Terra ainda nĂ£o tinha sido acometida pela Covid-19? Ou para a Ă©poca em que as PirĂ¢mides do Egito estavam sendo construĂdas? Ou, que tal, dar um "rolĂª" na cacunda de um dinossauro? As notĂcias sobre este tal "universo paralelo" nĂ£o estavam exatamente corretas. Toda essa histĂ³ria nĂ£o passa de uma enorme confusĂ£o, e a existĂªncia deste outro "ambiente" continua sendo apenas uma suposiĂ§Ă£o.
Tudo começou com uma notĂcia (exclusiva para assinantes) compartilhada pela revista New Scientist no inĂcio de abril. O artigo "Podemos ter observado um universo paralelo retrocedendo no tempo" ("We may have spotted a parallel universe going backwards in time", em inglĂªs) noticia as descobertas recentes de uma equipe da Nasa que estuda os dados obtidos pela Antena TransitĂ³ria Impulsiva AntĂ¡rtica (Anita), que fica na AntĂ¡rtida.
Antes de continuarmos contando a histĂ³ria do "universo paralelo", precisamos explicar quais foram as descobertas feitas pela poderosa Anita (com o perdĂ£o do trocadilho) — e para isso vocĂª precisa saber o que sĂ£o neutrinos.
Um neutrino Ă© uma partĂcula subatĂ´mica, como prĂ³tons e elĂ©trons, que nĂ£o tem carga carga magnĂ©tica. Isso faz com que ele nĂ£o seja repelido ou atraĂdo por outras partĂculas da natureza e torne suas interações com a matĂ©ria muito raras e quase indetectĂ¡veis — seu apelido inclusive Ă© "partĂcula fantasma". Veja o vĂdeo abaixo e nĂ£o deixe de dar sua opiniĂ£o sobre este assunto nos ComentĂ¡rios.